Eu odeio tanta
coisa que eu nem sei. Eu odeio autoritarismo, eu odeio o leite muito quente, eu
odeio quando os fogos de artifício explodem sem efeito, odeio a distância que a
Dianna Agron e o Channing Tatum estão da minha casa e odeio como eu perco
momentos legais quando não estou com uma câmera fotográfica na mão pra
registrar. E eu odeio quando uma publicação minha de um texto ou foto que eu
acho mais importantes tem menos visualizações e curtidas do que as publicações
que eu acho menos importantes – as pessoas deveriam adivinhar essas coisas, ter
tipo uma mesma crítica que você sobre sua própria obra, só pra você não se
sentir muito confuso sobre qual composição foi melhor. Seria ruim se a obra mais famosa e adorada de
Leonardo da Vinci não fosse a que ele mais gosta.
Eu odeio como as
pessoas discutem assuntos polêmicos como se houvesse um ponto de vista certo,
melhor ou real. Na verdade eu não entendo sobre isso, vai ver eu também faço
isso às vezes; outra coisa que odeio. Eu odeio amar muitas músicas e esquecer
algum clássico por aí. E odeio o fato de que a gente nunca vai lembrar-se de
todos os clássicos da música (os que a gente gosta) a não ser por meio daqueles tópicos no grupo do facebook onde sempre surgem clássicos e o pessoal lembra do
pião ou das bolinhas de gude ou do N’sync – e esses tópicos sempre envolvem a
palavra Nostalgia.
Eu odeio me
emocionar mais com a fantasia e com a ficção do que com a vida real, porque
querendo ou não, as pessoas não levam muito a sério as coisas emocionantes da
vida real. Eu odeio quando o ator norte-americano fala palavrão na personagem e
na dublagem ele diz “merda” ou “saco”. Eu odeio quando não acerto a fotometria
e a foto sai clara ou escura demais. Odeio a arrogância e a forma como a vontade
de ser arrogante se pronuncia às vezes. Odeio a idéia de odiar tanto e quem
sabe não saber voltar a amar mais. Mesmo se o Channing Tatum ou a Dianna Agron
aparecerem aqui em casa.